plural

PLURAL: os textos de Suelen Aires Gonçalves e Silvana Maldaner

  • Cuba resiste, resistiu e resistirá!
    Suelen Aires Gonçalves
    Socióloga e professora universitária

    style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">

    Nossa coluna da semana está dedicada a uma breve análise da política internacional e o caso cubano. Estamos diante de "A Nova Ofensiva dos EUA contra Cuba". Cuba, que já sofre há 60 anos de bloqueio econômico dos EUA, e no contexto da pandemia da Covid-19 apresenta-se como mais uma ação de desumanidade do imperialismo dos EUA contra o povo cubano.

    Nosso intelectual frei Betto apresentou uma reflexão. E com base nestas inquietações iniciais, apresento um olhar a partir da experiência de uma mulher negra, latino-americana, moradora do sul do Brasil, que teve a oportunidade de conhecer a realidade cubana ao longo da minha vida. Frei Betto apresenta que "Cuba é uma ilha com poucos recursos. É obrigada a importar mais de 60% dos produtos essenciais ao país. Com o arrocho do bloqueio promovido por Trump (243 novas medidas e, até agora, não removidas por Biden), e a pandemia, que zerou uma das principais fontes de recursos do país, o turismo, a situação interna se agravou. 

    Os cubanos tiveram que apertar os cintos. Então, os insatisfeitos com a Revolução Cubana, que gravitam na órbita do "sonho americano", provocaram os protestos do domingo, 11 de julho - com a "solidária" ajuda da CIA, cujo chefe acaba de fazer um giro pelo continente, preocupado com o resultado das eleições no Peru e no Chile".

    A análise apresentada pelo frei Betto é de fundamental importância para um alerta sobre a conjuntura política na nossa região e de como estratégias de desestabilização política são recorrentes em nosso continente. A disputa ideológica de um capitalismo perverso em contraponto ao regime político socialista cubano fica nítido neste caso acima citado. 

    Os EUA intensificaram uma série de medidas restritivas, endurecimento do bloqueio, objetivo de sufocar a economia cubana. Os bloqueios são uma forma de extermínio dos seres humanos e nesta chave precisamos estar atentas à conjuntura. Minha solidariedade ao povo cubano e a todas, todos e todes que lutamos por um mundo mais justo.

    Copo cheio
    Silvana Maldaner
    Editora de revista

    style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">

    Tem pessoas que estão com o copo cheio. Não suportam mais nada. Não aguentam uma gota sequer. Qualquer pingo a mais é motivo para transbordar e molhar tudo na volta.

    Não acreditam em mais nada. O mundo está perdido. As pessoas são ruins e egoístas. Na política só tem corruptos e conchavos eleitoreiros para ter mais mídia e poder. A imprensa é podre e sensacionalista. A educação está falida. Os professores estão corrompidos e não possuem mais a paixão e entusiasmo em ensinar. A saúde virou comércio. 

    As igrejas viraram negócio lucrativo, com pastores milionários e falsos profetas. Os artistas perderam a graça e a ética. E a romaria segue com todas as desgraças e desvios de caráter que acompanham todas as profissões da sociedade. Para as milhares de pessoas que estão com o copo cheio, nada mais tem sentido e tudo é mais do mesmo. 

    Tem pessoas que tem o copo pela metade. Nem cheio, nem vazio. Acreditam e desacreditam.

    Conseguem ver esperança, mas desanimam frente a nova fofoca do momento. São influenciáveis a ver somente o lado ruim. O lado vazio, triste e as coisas que não deram certo. Vão enchendo seu copo e seu tempo com coisas que não importam e não agregam. Vão preenchendo a vida com o superficial, o efêmero. Ora enxergam a vida uma desgraça, ora acham graça da vida.

    E tem pessoas que vivem com o copo vazio. Estão abertas ao novo. Sedentas por novos conhecimentos, informações e aprendem com tudo, inclusive com os erros dos outros. Sabem que erros e tropeços fazem parte da caminhada e do aprendizado e se conectam com pessoas que somam, que fazem a diferença e possuem um propósito de vida.

    Para manter o copo vazio, esvaziam continuamente, eliminando o que não faz bem. Dão novos significados para as dores e derrotas, e não acumulam mágoas e os lixos dos outros. Quantas vezes carregamos um fardo que não é nosso? Carregamos as batatas podres e tomamos o veneno esperando que o outro morra. 

    Tenho feito um exercício diário para eliminar estas toxinas mentais e não deixar que a guerra dos outros me leve junto. A decisão é minha sobre como reagir à loucura alheia. Quem mente, rouba e se corrompe pela ganância, inveja, ego ou preguiça vai conviver com a Lei Universal do retorno. Ela é imbatível e não depende das leis dos homens. Acreditando nisto, esvaziei meu copo e meu fardo, e sigo acreditando na beleza da vida. 

    Como está seu copo? Cheio ou vazio?


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

'Se alguém ainda duvidava da importância do jornalismo, a Covid-19 mostrou que a informação salva vidas'

Próximo

Bueiro da Avenida Fernando Ferrari recebe conserto

Geral